10.4.12

O returnee Guilherme fala de seu intercâmbio na Dinamarca


Em agosto de 2007, o goianiense Guilherme Pereira Gaebler, agora com 21 anos, viajou para a Dinamarca para realizar um intercâmbio cultural. Durante um ano ele viveu com uma família dinamarquesa, estudou em uma escola dinamarquesa e fez amigos de todo o mundo. Mas antes de se tornar um intercambista ele e sua família hospedaram uma estudante da Nova Zelândia  por quatro meses e foi graças a esse convivio e (também com os outros intercambistas que frequentaram o colégio dele) que Guilherme se interessou pelo intercâmbio. Ele conversou com o Blog AFS Comitê Goiânia sobre sua experiência na DInamarca.

Guilherme

Blog AFS Comitê Goiânia: Como conheceu o AFS?

Guilherme: O colégio onde estudei (Integrado Jaó) recebia intercambistas.

Blog AFS Comitê Goiânia: Por que escolheu a Dinamarca como país de intercâmbio?

Guilherme: Escolhi a Dinamarca por ser um lugar bem "incomum" e desconhecido. Como uma experiência de intercâmbio, esperava justamente ver e viver algo novo, aprender uma língua nova e desconhecida e vivenciar uma cultura que fosse bem diferente da qual eu estava habituado. Acho que a escolha não poderia ter sido melhor, afinal, tanto a língua quanto a cultura dinamarquesa me fascinam e me surpreendem até hoje.

Blog AFS Comitê Goiânia: Como foi a sua experiência?

Guilherme: A vontade é de dizer "ótima" e nada mais. Mas de fato foi um ano de emoções e experiências de todos os tipos que acima de qualquer coisa, me fez crescer pessoalmente. Em alguns momentos, sem dúvida, muito difícil e por que não dizer "ruim"? Mas com certeza foi a melhor experiência que eu poderia ter tido.

Blog AFS Comitê Goiânia: Qual foi a maior dificuldade que você viveu no seu intercâmbio?

Guilherme: Sem dúvida alguma foi o início do intercâmbio, o aprendizado da língua (dinamarquês) e o contato inicial com as pessoas, justamente pela falta de um "meio de comunicação". Mas com o tempo tudo isso se resolveu e eu descobri o quanto a tão famosa "frieza" do povo dinamarquês (ou europeu em geral) não passava de uma impressão rasa de turistas desavisados.

Blog AFS Comitê Goiânia: O que você achou de mais diferente entre o Brasil e a Dinamarca?

Guilherme: Educação! A educação de se preocupar com o próximo, ser gentil, ter a consciência de "coletivo" e comunidade, e por aí vai. Infelizmente, essa foi a maior diferença, pois não vejo o povo brasileiro sendo muito educado. Pelo menos não como os dinamarqueses.

Guilherme e outros intercambistas brasileiros

Blog AFS Comitê Goiânia: Você mudou durante o intercâmbio?

Guilherme: Bastante. Quando me lembro do garoto que saiu de Goiânia rumo à desconhecida e gelada Dinamarca, e me vejo hoje, sinto como se essas fossem duas pessoas diferentes. A experiência do intercâmbio como um todo me fez mudar muito a forma de interagir e, principalmente, entender as pessoas e suas diferenças. Além de, é claro, ter me conhecido melhor e até mesmo conhecido melhor a minha própria cultura, justamente por assumir o papel do "estrangeiro".

Blog AFS Comitê Goiânia: Você acha que ter feito intercâmbio influenciou em suas escolhas pessoais e profissionais?

Guilherme: Acho que sim. A experiência do intercâmbio me fez entender muito sobre o mundo à minha volta e principalmente sobre mim mesmo. Esse autoconhecimento com certeza me ajudou muito nas minhas escolhas.
  
Blog AFS Comitê Goiânia: Como foi o retorno ao Brasil e a readaptação?

Guilherme: Um baque, dos grandes. Fiquei alegre de rever amigos e familiares, mas a saudade da minha "segunda família" e tudo o que vivi lá era muito grande. Por um bom tempo, fiquei quase que inconformado e com o sentimento de que aqui não era o meu lugar. Mas hoje vejo que isso é a mais pura prova de que de fato eu participei de um "intercâmbio cultural". Convivi tão intensamente com a cultura e o povo dinamarquês, muitas vezes mesmo sem perceber, que eu já me sentia parte daquele meio. Mas hoje vejo que todos esses "choques" que vivi foram muito enriquecedores.

Blog AFS Comitê Goiânia: Você sente falta da Dinamarca? Você tem contato com sua família hospedeiros e amigos? Pensa em voltar (ou já voltou)?

Guilherme: Até hoje, um pedaço de mim está na Dinamarca, sem dúvida alguma, e sempre estará. Ainda tenho contato com alguns amigos, tanto dinamarqueses quanto outros intercambistas que conheci lá, além da minha família hospedeira, que considero realmente como uma segunda família. Alguns amigos já me visitaram aqui no Brasil, inclusive a minha irmã hospedeira, e no ano passado tive a oportunidade de voltar à Dinamarca e rever a minha família hospedeira e muitos dos meus amigos com quem estudei. E o melhor é que mesmo voltando lá três anos depois, eu me senti completamente em casa, como se eu nunca tivesse saído de lá.

Blog AFS Comitê Goiânia: Defina em uma palavra o seu intercâmbio.

Guilherme: Excepcional.

Guilherme

Para mais informações sobre o AFS Comitê Goiânia, entre em contato com a presidenta local, Juliana Furtado, pelo telefone (62) 8214-6780 ou mande um e-mail para comite.goiania@afs.org.

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